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13/01/2021

Sob o olhar de Minduim

Captar imagens que captem o olhar: esse é o maior talento de Fábio Minduim. Com olhos e mãos sensíveis, há 23 anos o fotógrafo transforma paisagens e momentos do cotidiano em verdadeiras obras de arte. Amante da estética e das mais variadas formas de expressão, Minduim, como é mais conhecido, acredita que o contato com o universo artístico é importantíssimo e amplia a nossa visão da cidade em que vivemos.

Impossível pensar em fotografia do Rio de Janeiro e não pensar no nome dele. Além de congelar pra sempre lugares especiais da nossa cidade, também insere recursos como bonecos e outros objetos à cena urbana, levando aquela bossa carioca pra suas fotografias e ressignificando os cartões postais do Rio de Janeiro. Nessa entrevista, ele conta um pouco da sua história, referências e sobre a paixão pela fotografia.

JR: Quando você se apaixonou pela fotografia e teve certeza de que era isso que queria fazer da vida?

FM: Foi há 23 anos, desde pequeno sempre gostei de tirar fotos com a câmera do meu pai, sempre levei jeito.

JR: Nessa cidade tão abençoada de cartões postais, qual o seu lugar favorito para fotografar no Rio?

FM: O lugar que mais gosto de fotografar é dentro d’água, no pôr do sol do Arpoador. O verão é a estação que mais rende visuais incríveis, então tento ir todos os dias. 

JR: Tem algum cenário que você considera especial, aquele lugar quase secreto que não dá nem vontade de compartilhar?

FM: Tenho um ou dois sim, mas não posso divulgar para ninguém! É segredo.

JR: Para fotografar no mar, na praia, o equipamento precisa ser especial? Qual o kit de equipamentos mais básico para esse tipo de fotografia?

FM: Sim, para fotografar na praia, dentro d’água, é necessário ter uma caixa estanque de confiança, para colocar a câmera e lente dentro e não ter problemas de molhar o equipamento. Eu uso a caixa da Aquatech, acho a melhor e mais confiável de todas. Essa empresa está no mercado há 20 anos. Além da caixa, você precisa de uma câmera boa e uma lente a sua escolha. Eu recomendo uma grande angular ou uma tele.

JR: Falando um pouco do momento do registro, como você busca a composição de imagem perfeita? Costuma pensar muito antes de fazer a foto ou isso acontece no momento?

FM: Tem vezes que estudo a foto e penso dias como seria a composição. Uso muito minha bike elétrica para buscar um bom ângulo. É mais rápido e consigo explorar várias possibilidades. Mas tem vezes que uma luz bonita ou alguma situação incomum é que fazem uma foto ser incrível.

JR: Quem ama fotografar quer saber, Canon ou Nikon?

FM: Pra mim, Canon! Sem dúvida alguma.

JR: Você tem uma série de fotografias bem divertidas, como surgiu essa ideia de inserir os bonequinhos (patinho, t-rex, bonequinho do kaws) nas fotografias?

FM: Sempre achei legal o trabalho de alguns fotógrafos que usam este tipo de interferências nas fotos e criam um trabalho fine art de alto nível. Daí veio a inspiração de fazer fotos com bonecos e personagens compondo a fotografia, sempre colocando como plano de fundo algum elemento da natureza ou paisagem da cidade. No Brasil ainda é difícil que a fotografia seja vista como arte, apesar das pessoas curtirem bastante o meu trabalho.

JR: Qual fotografia você mais se orgulha de ter feito?

FM: Como fotógrafo, essa é uma pergunta muito difícil de responder, mas não tenho uma preferida.

JR: Quem são os fotógrafos que te inspiram e que você admira?

FM: Curto muito o trabalho dos fotógrafos Michael Muller (@michaelmuller7), Gray Malin (@graymalin) e do Ray Collins (@raycollinsphoto).

JR: Qual conselho você daria pra alguém que quer iniciar a carreira na fotografia?

FM: Se você quer ser um bom fotógrafo, se posicione em frente de situações interessantes. A foto é uma questão de olhar, afine seu olhar.

Gostou do nosso bate papo? Não esquece de seguir o Minduim no Instagram (@minduim) para conferir os cliques incríveis que ele faz.